segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Um fim-de-semana atribulado.

Quando penso ter o fim-de-semana todo para mim, porque o tempo está de chuva e não é possível – dizem-me - podar videiras ou árvores frutíferas nessas condições, um telefonema de véspera dá-me conta da alteração de planos e, afinal, lá se vai o fim-de-semana porque, mesmo a chover, os “homens” estão dispostos a ganhar o dia que o tempo é de crise e trabalho é coisa que escasseia e, quando surge, não deve desperdiçar-se. O sábado de poda, que prescindia da minha presença, deu lugar a trabalhos de terraplanagem e limpezas de entulho que reclamam as minhas instruções.
Depois, a meio da manhã, novo telefonema a confirmar o que já se sabia: o António, que falecera no passado dia 2 em Tours, chegaria no Domingo e as cerimónias fúnebres teriam lugar pelas 16 horas. Nova viagem, com a dor amiga por companhia, mais cumprimentos, outras tantas despedidas, e mais um dia que se completa, que nos envolve, e consome a força da alma.

8 comentários:

Haddock disse...

já estive em cima, mas resolvi começar por baixo.
podas, terraplanagens????
leonor, que grande reviravolta existencial (laboral?)!!!

(quanto à parte triste....)

Leonor disse...

Capitão, hoje não acerta uma, hein?

qual reviravolta, qual quê?
Gosto demasiado do que faço para o trocar pela vida (definitiva) no campo.

Estou só a pensar nos fins-de-semana, nas pontes, nas mini-férias, etc, e, fora dessas, quando a vontade assim o determinar.

Leonor disse...

ah, a poda?
Não tenho alternativa e não posso deixar morrer alguns milhares de árvores, não é verdade?

Haddock disse...

...
milhares de árvores??
ahh, latifundiária!!!

e eu lá pensei que largasses a beca, leonor!!!

ferreira disse...

Ui...usa beca!?
E eu que pensava que trajava toga, em que ficamos?

Leonor disse...

Na toga, Caríssimo, na toga sem qualquer espécie de dúvida.
E, devo dizer-lhe, com muito orgulho. Não só pelo suor despendido para conquistá-la, como pela predestinação (!?) que sempre persistiu em arredar-me de outros percursos e desafios tentadores, como ainda pelo prazer, ainda que agastado - algumas vezes - pelas agruras momentâneas, que retiro ao usá-la.
(OH! Como só eu sei o quanto gosto da minha toga!!)

O comentário do capitão tem origem em uma de duas coisas: ou brinca, como sempre o faz no meu espaço, ou talvez ignore, como muita boa gente, que aquelas "coisas pretas" (como já ouvi chamar-lhes) têm designações distintas consoante pertençam aos advogados ou aos juízes.

Mas no fundo, no fundo, as diferenças são mínimas e o que lhes subjaz é exactamente igual: a igualdade entre os seus pares.
Embora as togas tenham algo mais (que me perdoem os Srs. Magistrados a quem respeito e por quem tenho, e são muitos, notável estima)que me seduz: a liberdade. A liberdade em todo o seu esplendor. E ser inteiramente livre, nos dias que correm, é algo impagável e inenarrável.

E lá estou eu a "dar-me", entranha-se de tal modo que, como compreende, é difícil viver fora de ...


A propósito, uma das minhas asserções predilectas pertence a Honoré de Balzac e diz: "A nossa consciência é um juiz infalível, enquanto não a assassinamos."

Eu, na parte que me toca, tento não assassinar a minha (e agora leia nas entrelinhas, sff), só assim posso confiar nela. :-)

Haddock disse...

toga... beca... beca... toga...
é tudo preto!!

mas está bom de ver que nunca podias deixá-la, leonor!

Leonor Nascimento disse...
Este comentário foi removido pelo autor.