quarta-feira, 5 de março de 2008

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Há quem procure respostas no sopro do vento.


Eu, prefiro procurá-las no Mar.
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Não vou procurar quem espero
Se o que eu quero é navegar
Pelo tamanho das ondas
Conto não voltar
Parto rumo à primavera
Que em meu fundo se escondeu
Esqueço tudo do que eu sou capaz
Hoje o mar sou eu
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Esperam-me ondas que persistem
Nunca param de bater
Esperam-me homens que desistem
Antes de morrer
Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou
E ao fim não toquei em nada
Do que em mim tocou
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Eu vi
Mas não agarrei
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Parto rumo à maravilha
Rumo à dor que houver pra vir
Se eu encontrar uma ilha
Paro pra sentir
E dar sentido à viagem
Pra sentir que eu sou capaz
Se o meu peito diz coragem
Volto a partir em paz
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(Ornatos VIOLETA)
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Vento mensageiro.

Vento traz notícias
pr´eu não morrer
Me fala desse amor que não chegou a ser
Pois que sendo, seria liberdade
Na prisão de braços
E na volúpia de lábios.
Vento conta da saudade
Das lembranças,
Dos agrados,
Dos beijos,
Dos anseios,
Da liberdade,
De tudo que envolve essa saudade.
Vento leva o meu cheiro...
Inebria,
Envolve,
Encanta...
E depois,
Como quem não quer nada,
Vem me contar do desengonço,
Do embaraço
Que causou minha saudade.

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domingo, 20 de janeiro de 2008

CAIS


O gesto de partir nada tem de mágico.
Os mares que percorro são profundos
e as noites que miro são escuras.
O barco que me leva, busca um porto
onde eu possa germinar silenciosa.
Os faróis mal iluminam os recifes
e vez por outra um tranco me sacode.
As garrafas de gim estão vazias
e a lucidez me espreita nas balsas
que procuram náufragos e bêbados.
A manhã vem rompendo maciana boca e nos beijos de uma muIher
saindo das conchas dos sonhos.
O gesto de partir nada tem de mágico.
E ancorado nuns braços
em meio a tormenta, fico.
O gesto de ficar é mais fascínio.
Ah! Quanta ventura em jogar a âncora
e ir ficando, no teu corpo, ir ficando...
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Jurema Barreto de Souza

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O tempo, de ontem para hoje, mudou. A luz do sol, que eu não esperava, acabou por emprestar ao dia uma tonalidade alegre. Ainda assim, não consigo dissipar esta melancolia que ficou dos últimos dias. E como não devo ter dormido mais que quatro horas, o que já vem sendo rotina, experimento alguma surpresa ao ver-me aqui desperta, sem ponta de exaspero, a despachar o que não pode esperar pelo amanhã. Quem sabe, não venho a ser recompensada com uma paz de espírito que invalide esta debilidade disfarçada.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Alguém sabe o que significa: "invadir site apache/1.3.37"?
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Eu também não, mas que me deixou intrigada, lá isso deixou.
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domingo, 13 de janeiro de 2008

À espera da Primavera.


Hoje, pela primeira vez, resolvi percorrer a cidade à procura de um café que me deixasse fumar. Não encontrei nenhum. A maioria deles, por ser Domingo, estavam encerrados e os que se encontravam abertos, e que habitualmente não frequento, exibiam, todos, o dístico de não fumadores. Resignada, acabei no sítio do costume. Tomei café ao balcão e maquinalmente, porque chovia, regressei ao carro onde ainda posso – por enquanto - exercitar o prazer de fumar um cigarro. Enquanto não chega o balanço das queixas inflamadas dos fumadores, as razões invocadas pelos proprietários e o almejado bem-estar dos não fumadores, ressalta desde já uma perda: o convívio entre fumadores e não fumadores. Convívio este que, pacientemente, terá de aguardar até à Primavera – altura em que se espera que proliferem as esplanadas.
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Hoje, estou com Nietzsche:

(Janeiro/2008)
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«Há muitas coisas que quero, de uma vez por todas, não saber. A sensatez estabelece limites mesmo ao conhecimento.»
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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Era um sonho, e um desejo, muito antigo.


Sonhava, amiúde, que um dia havia de migrar para o campo e encontrar uma nesga de terra com uma casinha em pedra, de janelas largas e armações pintadas de amarelo tisnado, com um enorme alpendre de soalho suspenso em esteios de madeira cravados na terra e ornados de hera. Imaginava-a pequenina, plantada no meio de um prado verde, muito verde, com uma chaminé ao centro, e ladeada de flores e majestosas árvores seculares, de troncos bordados a musgo esverdeado, que descreviam um caminho recto e comprido, revestido de pequenas lajes pretas cingidas por ervas. Esse dia chegou e não encontrei a casinha em pedra, idealizada em sonhos, mas uma casa em ruínas, com as paredes esventradas e os fragmentos de telhas e ardósias espalhadas pelo chão. Ao lado, encostados à parede, ou ao que sobra dela, jazem uns restos de madeira, em monte, que foram, noutros tempos, o suporte do telhado desta casa, hoje, desmoronada. Uns metros acima, duas outras construções, menos negligenciadas, formam o conjunto de habitações da herdade que decidi administrar e recuperar. Esta é uma das muitas fontes de fadiga e falta de tempo que tenho tido ao meu dispor nos últimos tempos.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Um fim-de-semana atribulado.

Quando penso ter o fim-de-semana todo para mim, porque o tempo está de chuva e não é possível – dizem-me - podar videiras ou árvores frutíferas nessas condições, um telefonema de véspera dá-me conta da alteração de planos e, afinal, lá se vai o fim-de-semana porque, mesmo a chover, os “homens” estão dispostos a ganhar o dia que o tempo é de crise e trabalho é coisa que escasseia e, quando surge, não deve desperdiçar-se. O sábado de poda, que prescindia da minha presença, deu lugar a trabalhos de terraplanagem e limpezas de entulho que reclamam as minhas instruções.
Depois, a meio da manhã, novo telefonema a confirmar o que já se sabia: o António, que falecera no passado dia 2 em Tours, chegaria no Domingo e as cerimónias fúnebres teriam lugar pelas 16 horas. Nova viagem, com a dor amiga por companhia, mais cumprimentos, outras tantas despedidas, e mais um dia que se completa, que nos envolve, e consome a força da alma.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Perante a audácia de alguns dias de descanso, já antevia tenebrosos dias de trabalho - daqueles que entontecem até à medula. E assim foi. Mas o fim-de-semana está à porta e com ele terei algum tempo para as fatuidades a que tenho direito.